Torcida Fera é um dos símbolos da fidelidade
e da resistência do Alecrim (Foto: Reprodução)
Quando nós criamos a torcida, já fazia nove anos que o Alecrim não era
campeão. Depois, ele passou 17 anos sem títulos. Agora, já está com 30
anos sem ser campeão e a torcida nunca abandonou. A gente viajou para
todo o Brasil. Todos os jogos aqueles torcedores iam com uma fidelidade
realmente muito grande. Infelizmente, perdemos três componentes, que
estão no andar de cima. Mas a gente continua na luta e tem o slogan da
Fera que diz: "com o Alecrim até o dia que a luta se tornar
desnecessária" - conta Normando Bezerra, um dos fundadores da Fera. Como
qualquer torcedor apaixonado, os integrantes da Fera fizeram loucuras
para poder acompanhar o Esmeraldino em jogos espalhados pelo país. As
viagens longas eram comuns entre os fiéis alecrinenses. Eu gastei o que não tinha. Se eu não fosse casado, acho que teria
gastado muito mais. Eu sou professor. Na época, eu ganhava muito pouco,
mas a gente não media distâncias de onde o Alecrim jogava. Eu fiz uma
ponte de safena e, quatro meses depois, ainda meio debilitado, voltei a
ir a jogos do Alecrim. O importante era acompanhar o Verdão Maravilha. O
grande amor de todo alecrinense é o Alecrim. O grande sonho é ver o
Alecrim voltar aos velhos e bons tempos - lembra Normando. O
professor é torcedor do Esmeraldino há 50 anos e diz que o amor ao
simpático time da capital potiguar surgiu por influência de seu pai, que
o levou ao Estádio Juvenal Lamartine para ver uma partida do Verdão em
1965. Meu pai foi quem me levou ao Juvenal Lamartine. Nós fomos para uma
decisão e o Alecrim perdeu nos pênaltis para o ABC. O Alecrim ia ser
tricampeão. Tinha sido bicampeão em 1964, eu tinha dez anos, e não fui
ao jogo. Foi minha primeira experiência no belíssimo JL, na época. Fui
criando esse amor e está até hoje recorda.
Alecrim ao contrário
Essa ideia a gente tinha há muito tempo. Conversando com meu professor de violão, Francisco Araújo, ele também tinha essa ideia e disse que ia colocar na filha dele. Eu disse: Chico, quem tiver uma filha primeiro coloca. Ele casou antes, mas os dois primeiros filhos nasceram homens. Eu casei logo no ano em que o Alecrim foi campeão, em 1986, nosso último título, e minha filha nasceu em dezembro desse ano. Eu aproveitei para fazer essa homenagem. Coloquei o nome dela Mircela, que é Alecrim ao contrário - revela.
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